O Que É o 13º Salário e Como Funciona em 2025?
O 13º salário, também conhecido como gratificação natalina, é um direito garantido pela Constituição Federal a todos os trabalhadores com carteira assinada no Brasil. Criado em 1962 pela Lei 4.090, esse benefício representa um salário extra que o trabalhador recebe ao final do ano, equivalente a 1/12 avos da remuneração por mês trabalhado. É um dos direitos trabalhistas mais importantes e aguardados pelos brasileiros.
O cálculo do 13º salário é proporcional ao tempo trabalhado no ano. Para ter direito ao valor integral, você precisa ter trabalhado os 12 meses do ano (de janeiro a dezembro). Se você foi admitido durante o ano ou trabalhou apenas parte dele, receberá proporcionalmente aos meses trabalhados. A regra é simples: se você trabalhou 15 dias ou mais em um mês, esse mês conta para o cálculo do 13º. Se trabalhou menos de 15 dias, o mês não é contabilizado.
Em 2025, as regras do 13º salário permanecem as mesmas, mas é importante estar atento às datas de pagamento e aos descontos aplicados. O 13º é pago em duas parcelas: a primeira entre fevereiro e novembro (geralmente em novembro), e a segunda até 20 de dezembro. A primeira parcela corresponde a 50% do valor bruto, sem descontos. Já a segunda parcela é o restante, com os descontos de INSS e Imposto de Renda aplicados sobre o valor total.
É fundamental entender que o 13º salário não é um "presente" da empresa, mas sim um direito seu. Ele deve ser calculado com base no salário que você recebe em dezembro, incluindo médias de horas extras, comissões, adicionais noturnos, insalubridade, periculosidade e outros valores que fazem parte da sua remuneração habitual. Se você recebeu aumento durante o ano, o 13º será calculado com base no novo salário.
Além dos trabalhadores CLT, também têm direito ao 13º salário os trabalhadores rurais, domésticos, avulsos e aposentados e pensionistas do INSS. Estagiários e trabalhadores autônomos (sem carteira assinada) não têm direito ao benefício. Se você foi demitido sem justa causa durante o ano, tem direito a receber o 13º proporcional aos meses trabalhados na rescisão. Já em caso de demissão por justa causa, você perde o direito ao 13º.
Como Calcular o 13º Salário: Passo a Passo Completo
Calcular o 13º salário pode parecer complicado à primeira vista, mas seguindo um passo a passo fica bem mais simples. O primeiro passo é determinar quantos meses você trabalhou no ano. Lembre-se: se você trabalhou 15 dias ou mais em um mês, ele conta integralmente. Se trabalhou menos de 15 dias, não conta. Por exemplo, se você foi admitido em 20 de março, março conta. Se foi admitido em 25 de março, março não conta.
Depois de determinar os meses trabalhados, você divide seu salário bruto por 12 e multiplica pelo número de meses trabalhados. Por exemplo: se você ganha R$ 3.000 e trabalhou 10 meses no ano, o cálculo é: (R$ 3.000 ÷ 12) × 10 = R$ 2.500. Esse é o valor bruto do seu 13º salário. Se você trabalhou o ano inteiro, o 13º será igual ao seu salário mensal. Simples assim.
Mas atenção: esse é apenas o valor bruto. Para saber quanto você vai receber líquido, é preciso descontar o INSS e o Imposto de Renda. O INSS é calculado sobre o valor total do 13º usando as mesmas alíquotas progressivas do salário mensal (7,5% a 14% dependendo da faixa). Já o IR também segue as mesmas regras do salário mensal, com alíquotas de 7,5% a 27,5%, mas você pode deduzir o valor do INSS e dos dependentes.
Um detalhe importante: se você recebe valores variáveis como horas extras, comissões ou adicionais, eles devem ser incluídos no cálculo do 13º. A empresa deve calcular a média desses valores recebidos durante o ano e incluir no valor base do 13º. Por exemplo, se você recebeu em média R$ 500 de horas extras por mês, seu 13º será calculado sobre R$ 3.500 (salário base + média de horas extras), não apenas sobre os R$ 3.000 do salário base.
Para facilitar sua vida, use nossa calculadora acima. Ela faz todos esses cálculos automaticamente, considerando as tabelas atualizadas de INSS e IR de 2025, e mostra exatamente quanto você vai receber em cada parcela. Você só precisa informar seu salário bruto, quantos meses trabalhou, e se tem dependentes para dedução do IR. O resultado é instantâneo e preciso.
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Primeira e Segunda Parcela: Entenda as Diferenças
O 13º salário é pago em duas parcelas, e é muito importante entender a diferença entre elas para não se surpreender com os valores. A primeira parcela deve ser paga entre fevereiro e novembro, mas a maioria das empresas paga em novembro. Você também pode solicitar o adiantamento da primeira parcela junto com as férias, se desejar. Essa primeira parcela corresponde a exatamente 50% do valor bruto do seu 13º, sem nenhum desconto.
Por exemplo, se o seu 13º bruto é de R$ 3.000, a primeira parcela será de R$ 1.500 líquidos. Não há desconto de INSS nem de IR nessa primeira parcela. É por isso que muitas pessoas ficam felizes ao receber a primeira parcela e depois se decepcionam com a segunda, que vem com todos os descontos. É importante planejar seus gastos considerando que a segunda parcela será menor que a primeira.
A segunda parcela deve ser paga obrigatoriamente até o dia 20 de dezembro. Ela corresponde aos outros 50% do valor bruto, mas com todos os descontos aplicados. O INSS e o IR são calculados sobre o valor total do 13º (as duas parcelas juntas), mas os descontos são feitos apenas na segunda parcela. Isso significa que a segunda parcela geralmente é bem menor que a primeira, especialmente para quem tem salários mais altos.
Vamos a um exemplo prático: se o seu 13º bruto é de R$ 5.000, você recebe R$ 2.500 na primeira parcela (sem descontos). Na segunda parcela, a empresa calcula o INSS sobre os R$ 5.000 (aproximadamente R$ 550) e o IR sobre o valor restante (aproximadamente R$ 450). Esses R$ 1.000 de descontos são todos aplicados na segunda parcela. Então, ao invés de receber outros R$ 2.500, você recebe apenas R$ 1.500 na segunda parcela.
É por isso que é fundamental usar uma calculadora de 13º salário antes de fazer planos financeiros com esse dinheiro. Muitas pessoas contam com o valor total bruto e acabam se endividando porque não consideraram os descontos. Nossa calculadora mostra exatamente quanto você vai receber em cada parcela, para que você possa planejar melhor seus gastos de fim de ano. Lembre-se: a soma das duas parcelas líquidas é o que realmente importa para o seu bolso.
Descontos no 13º Salário: INSS e Imposto de Renda
Os descontos no 13º salário seguem as mesmas regras dos descontos no salário mensal, mas com uma diferença importante: eles são calculados sobre o valor total do 13º, mas aplicados apenas na segunda parcela. O primeiro desconto é o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), que utiliza alíquotas progressivas de 7,5% a 14% dependendo da faixa salarial. Quanto maior o seu 13º, maior será o percentual descontado.
Em 2025, as faixas do INSS são: 7,5% até R$ 1.412,00; 9% de R$ 1.412,01 até R$ 2.666,68; 12% de R$ 2.666,69 até R$ 4.000,03; e 14% de R$ 4.000,04 até o teto de R$ 7.786,02. O cálculo é progressivo, ou seja, você paga cada alíquota apenas sobre a parte do 13º que se enquadra naquela faixa. O desconto máximo de INSS no 13º é de aproximadamente R$ 908,85 para quem recebe o teto ou mais.
Depois do INSS, vem o Imposto de Renda. O IR é calculado sobre o valor do 13º menos o desconto do INSS. As alíquotas do IR em 2025 são: isento até R$ 2.259,20; 7,5% de R$ 2.259,21 até R$ 2.826,65; 15% de R$ 2.826,66 até R$ 3.751,05; 22,5% de R$ 3.751,06 até R$ 4.664,68; e 27,5% acima de R$ 4.664,68. Assim como no salário mensal, você pode deduzir R$ 189,59 por dependente da base de cálculo do IR.
Um ponto importante: o 13º salário é tributado separadamente do salário mensal. Isso significa que o IR do 13º não se soma ao IR do salário de dezembro. Cada um é calculado independentemente. Isso é vantajoso porque evita que você pule para uma faixa de IR mais alta por causa do 13º. Se fossem somados, muitas pessoas pagariam muito mais imposto.
Para quem tem salários mais altos, os descontos no 13º podem ser significativos. Por exemplo, um 13º bruto de R$ 10.000 pode ter descontos de aproximadamente R$ 2.500 a R$ 3.000 entre INSS e IR, resultando em um valor líquido de R$ 7.000 a R$ 7.500. É por isso que é fundamental calcular antes para não ter surpresas desagradáveis. Use nossa calculadora para saber exatamente quanto você vai receber líquido e planeje seus gastos de fim de ano com segurança.
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Dicas Para Usar Seu 13º Salário de Forma Inteligente
O 13º salário é uma excelente oportunidade para organizar suas finanças e começar o ano novo com o pé direito. A primeira e mais importante dica é: não gaste tudo! Muitas pessoas tratam o 13º como um dinheiro extra para gastar com presentes e festas, mas essa é uma visão equivocada. O 13º deve ser visto como parte do seu planejamento financeiro anual, não como um bônus inesperado.
Uma estratégia inteligente é dividir o 13º em três partes: uma para quitar dívidas, uma para criar ou reforçar sua reserva de emergência, e uma para gastos de fim de ano. Se você tem dívidas com juros altos, como cartão de crédito ou cheque especial, priorize quitá-las com o 13º. Os juros dessas dívidas são tão altos que qualquer investimento que você fizer renderá menos do que você está pagando de juros. Quitar dívidas é o melhor "investimento" que você pode fazer.
Se você não tem dívidas ou já as quitou, use parte do 13º para criar ou reforçar sua reserva de emergência. O ideal é ter de 3 a 6 meses de despesas guardadas em uma aplicação de liquidez diária, como Tesouro Selic ou CDB de liquidez diária. Essa reserva é fundamental para não precisar recorrer a empréstimos caros em caso de imprevistos como desemprego, doença ou emergências familiares. O 13º é uma ótima oportunidade para dar esse passo importante.
Outra opção inteligente é usar o 13º para investir em você mesmo. Considere fazer um curso de qualificação profissional, investir em equipamentos que podem aumentar sua produtividade, ou até mesmo em cuidados com a saúde que você vem adiando. Esses investimentos em você mesmo podem trazer retornos muito maiores no longo prazo do que qualquer aplicação financeira. Pense no 13º como uma oportunidade de crescimento pessoal e profissional.
Se você já tem reserva de emergência e não tem dívidas, considere investir o 13º em aplicações de médio e longo prazo. Tesouro IPCA+, CDBs com vencimento em 2-3 anos, ou até mesmo ações de empresas sólidas podem ser boas opções. Muitas corretoras oferecem promoções especiais no fim do ano justamente para atrair o dinheiro do 13º salário. Compare as opções e escolha investimentos alinhados com seus objetivos financeiros.
Por fim, se você decidir usar parte do 13º para gastos de fim de ano, faça isso de forma planejada. Defina um orçamento para presentes, ceias e viagens, e não ultrapasse esse limite. Lembre-se que janeiro é um mês de muitas despesas (IPTU, IPVA, material escolar, matrículas), então é importante guardar uma parte do 13º para essas contas. Não cometa o erro de gastar todo o 13º em dezembro e começar o ano endividado. Planejamento é a chave para usar o 13º de forma inteligente.
13º Salário Proporcional: Quando e Como Receber
O 13º salário proporcional é pago quando você não trabalhou o ano inteiro na empresa. Isso acontece em três situações principais: quando você é admitido durante o ano, quando você é demitido sem justa causa, ou quando você pede demissão. Em todos esses casos, você tem direito a receber o 13º proporcional aos meses trabalhados, desde que tenha trabalhado pelo menos 15 dias em cada mês que será contabilizado.
Vamos entender melhor cada situação. Se você foi admitido em março de 2025, por exemplo, você terá direito a 10/12 avos do 13º salário (de março a dezembro). O cálculo é simples: pegue seu salário de dezembro, divida por 12 e multiplique por 10. Se você ganha R$ 3.000, seu 13º proporcional será de R$ 2.500 brutos. Esse valor será pago normalmente em duas parcelas, seguindo as mesmas regras do 13º integral.
No caso de demissão sem justa causa, você recebe o 13º proporcional junto com a rescisão. Se você foi demitido em agosto, por exemplo, terá direito a 8/12 avos do 13º. Esse valor é calculado sobre o salário do mês da demissão e pago integralmente na rescisão, com os descontos de INSS e IR aplicados. É importante conferir se esse valor está correto no seu termo de rescisão, pois é um direito seu e não pode ser negado.
Atenção: se você for demitido por justa causa, você perde o direito ao 13º salário, mesmo que tenha trabalhado quase o ano inteiro. A justa causa é uma penalidade grave que resulta na perda de vários direitos trabalhistas, incluindo o 13º, o aviso prévio e a multa de 40% do FGTS. Por isso, é muito importante conhecer seus direitos e deveres como trabalhador para evitar situações que possam caracterizar justa causa.
Se você pediu demissão, também tem direito ao 13º proporcional, mas ele será pago junto com a rescisão. A diferença é que, ao pedir demissão, você perde o direito à multa de 40% do FGTS e ao seguro-desemprego (se aplicável), mas mantém o direito ao 13º proporcional, férias proporcionais e saldo de salário. Use nossa calculadora para simular quanto você receberá de 13º proporcional em caso de demissão ou pedido de demissão.
Perguntas Frequentes
Quem tem direito a receber o 13º salário?
Todos os trabalhadores com carteira assinada (CLT), trabalhadores rurais, domésticos, avulsos, aposentados e pensionistas do INSS têm direito ao 13º salário. Estagiários e trabalhadores autônomos sem carteira assinada não têm direito ao benefício. Para receber o valor integral, é preciso ter trabalhado os 12 meses do ano.
Quando a empresa deve pagar o 13º salário?
A primeira parcela deve ser paga entre fevereiro e novembro (geralmente em novembro), e a segunda parcela até 20 de dezembro. Você pode solicitar o adiantamento da primeira parcela junto com as férias. Se a empresa atrasar o pagamento, está sujeita a multa e você pode denunciar ao Ministério do Trabalho.
Por que a segunda parcela do 13º é menor que a primeira?
A primeira parcela corresponde a 50% do valor bruto sem descontos. Já a segunda parcela é o restante, mas com todos os descontos de INSS e IR aplicados. Os descontos são calculados sobre o valor total do 13º, mas aplicados apenas na segunda parcela, por isso ela é menor.
Horas extras e comissões entram no cálculo do 13º?
Sim! Todos os valores que fazem parte da sua remuneração habitual devem ser incluídos no cálculo do 13º, incluindo horas extras, comissões, adicionais noturnos, insalubridade, periculosidade e gratificações. A empresa deve calcular a média desses valores recebidos durante o ano e incluir no 13º.
Quem foi demitido recebe 13º salário?
Se você foi demitido sem justa causa ou pediu demissão, tem direito ao 13º proporcional aos meses trabalhados, pago junto com a rescisão. Porém, se foi demitido por justa causa, perde o direito ao 13º salário. O 13º proporcional é calculado considerando 1/12 avos por mês trabalhado (com 15 dias ou mais).
Posso receber o 13º em uma parcela única?
Sim, você pode solicitar o adiantamento da primeira parcela junto com as férias. Nesse caso, você recebe 50% do 13º junto com as férias e os outros 50% (com descontos) até 20 de dezembro. Algumas empresas também pagam o 13º integral em novembro ou dezembro, mas isso depende da política da empresa.
O 13º salário conta para o Imposto de Renda anual?
Sim, o 13º salário deve ser declarado no Imposto de Renda anual, mas em uma ficha separada dos rendimentos mensais. O IR retido na fonte sobre o 13º já vem discriminado no informe de rendimentos que a empresa fornece. Você pode ter direito a restituição se pagou mais IR do que deveria durante o ano.